Não vou mentir... Tem sido bem difícil atualizar esse blog.Tenho sempre tanta coisa pra fazer com a Kiki e a Liv, passo um bom tempo planejando as próximas viagens, me deliciando e sofrendo com o tempo ao mesmo tempo, que as vezes passa rápido, as vezes não. E, é claro, tem sempre a velha e boa preguiça, que não toma vergonha na cara.
Mas eu notei que deixei de contar acontecimentos importantes, logo, enfrentei a preguiça e estou aqui escrevendo este post. Por exemplo, até hoje eu não postei sobre a minha viagem para Budapeste, que a propósito, aconteceu em fevereiro... E vamos e venhamos, um lugar tão fantástico como aquele precisa/merece ser eternizado aqui e no meu coração.
A capital húngara me surpreendeu demais! Devo confessar que só acabei naquelas terras, porque a Amanda (amiga da época de escola) está participando do Ciências sem Fronteiras lá. Ter um pedacinho de Goiânia e da minha vida pré-intercâmbio ali comigo (que era o que a Amanda estava representando naquele momento também), foi o primeiro motivo para ir.
Chegando lá, eu percebi que a arquitetura de Budapeste me lembrava demais a de Buenos Aires (ou a de Buenos Aires lembrava demais a de Budapeste, como a Amanda fazia questão de repetir). Achei, então, o meu segundo motivo para estar lá e amar aquela cidade. Buenos Aires foi a minha primeira viagem internacional, a primeira vez que viajei sozinha com amigas e paguei tudo com o meu próprio dinheiro. Foi especial demais e relembrar isso estando na capital húngara foi incrível.
Budapeste é da minha cor favorita... É amarela, é ouro, é clássica, cheia de vida e com um idioma mais difícil que o holandês (se é que isso é possível)! Daquele lugar, trago comigo as boas lembranças e as mais diferentes também... Pagar 1000 florins em um sanduíche, andar de tram na clandestinidade e com o coração na mão, sair da balada a meia noite, porque esse era o horário que acabava lá (acreditem se quiser), comer kebab de nutela, conhecer pessoas/lugares novos e compartilhar tudo com alguém que é muito especial para mim, a Amanda.
Budapeste - Fev/14
Outro acontecimento deixado de lado aqui no blog (até agora), foi a viagem feita com a Thaís para Edimburgo. Budapeste foi maravilhoso, mas essa viagem para a Escócia foi sensacional! Edimburgo é uma Hogwarts gigante, esculpida em pedra só para conquistar o meu coração a primeira vista! Se Budapeste é amarela, Paris vermelha, Londres cinza e Amsterdã alaranjada, Edimburgo é marrom-castelo e com as fachadas das lojas mais charmosas! Todas coloridinhas me lembrando demais o Beco Diagonal.
O Castelo de Edimburgo, enorme, imponente, encarapitado no alto de um penhasco... Achei Hogwarts mais uma vez! Dá pra entender como a J.K. teve tanta inspiração, até os becos mais simples eram de derreter o coração. Gaitas de foles tocando em cada esquina, era impossível não entrar no clima/universo Potteriano.
Poder visitar o café no qual a Rowling escreveu o primeiro livro da saga que acompanharia a minha infância e adolescência, e o hotel no qual ela escreveu o último livro, foram momentos inenarráveis e impagáveis! Ver o sobrenome Gibson eternizado na história escocesa, gravado em várias estátuas e listas... Era a cereja em cima do bolo para se sentir em casa.
Edimburgo é comer fish and chips no Princes Street Gardens, é enlouquecer na Poundland (loja onde tudo custa um Pound/Libra e, acredite, eles vendem muitas coisas legais e úteis), é achar um museu ao acaso, escondido em um bequinho. Por essas e outras, Edimburgo é agora, um dos meus locais favoritos no mundo!
Edimburgo - Março/14
Mas se vocês pensam que todos os fatos que merecem ser contados aconteceram apenas fora da Holanda, eis que eu apresento o último tópico/fato/acontecimento/história/sonho realizado desse post. Desde antes de chegar em terras holandesas, eu tenho vontade de visitar um local: O anexo secreto no qual Anne Frank, sua família e alguns amigos viveram escondidos por dois anos durante a 2ª Guerra Mundial. Há alguns finais de semana atrás eu tive a oportunidade de fazer isso.
Li o Diário de Anne Frank duas vezes, uma quando tinha 12 anos e a outra quando tinha 15/16. Quando li o diário, me parecia meio difícil visualizar 8 pessoas vivendo por dois anos em um espaço tão pequeno, sem poder sair, fazer barulho, sem comer direito, sofrendo com pulgas/piolhos... Visitar o anexo secreto não mudou isso... Continuo achando meio surreal que isso tenha acontecido. Sei que é verdade, mas o anexo é um local tão pequeno e escuro... Extremamente claustrofóbico.
Sai de lá completamente impressionada. É triste olhar no espelho do anexo e imaginar os seus 8 moradores se olhando ali todos os dias, sem saber quando poderiam sair, quando se sentiriam livres novamente, sem medo. É triste saber que existem outras milhões de Anne's, e Margot's, e Peter's que não voltaram para casa, que não tem um museu para lembrar o seu sofrimento. Ou o sofrimento dos outros milhões de Otto's, que sobreviveram a guerra, aos campos de concentração, para voltar para uma casa vazia, sabendo que sua família havia sido morta.
O pior de tudo é saber que esse sofrimento aconteceu por um motivo tão banal... Por serem judeus, ou ciganos, homossexuais, comunistas... Em suas memórias, Anne diz que gostaria que a sua voz fosse ouvida. E no final das contas, ela foi. Anne deixou um legado, falou por ela e por todos os outros que se encontravam na mesma situação. Mas é triste saber que ela não viveu para ver isso. Para ver a marca que deixou no mundo, impressa nas páginas de seu diário.
Amsterdã - Abril/14